quinta-feira, 25 de outubro de 2007

O movimento do corpo, no corpo e para o corpo.

A rua

A rua nasceu como parte da cidade, que nasce por conveniência de mercado (?).

Nada pode ser mais representativo para a modernidade que a rua. Baudelaire já a homenageou de diversas formas. E se ele o fez, porque haveríamos nós vítimas modernas (ou pós-modernas) de ignorá-la ou tratá-la com pouca importância? Imaginemos as cidades sem rua e já não haverá mais cidade, para onde iriam os carros e pior, por onde andariam esses trambolhos?
São as ruas que separam as quadras, as casas e por fim as pessoas. Esta mesma linha que cruza as calçadas dividindo os pedaços de terra por debaixo das construções é o item essencial para a circulação das pessoas e união entre os diferentes locais de uma cidade. Foi na rua que as diferentes classes sociais tiveram seu primeiro contato com o outro.

Sem as ruas das cidades a moda poderia ter percorrido outra trajetória, e talvez nem mesmo obtido a mesma característica mutável pela qual a reconhecemos. É na rua que a roupa é exibida. Sendo a rua um ambiente público e lugar comum a todas as classes e gêneros, quando passamos por ela nos obrigamos a encarar o estranho e a conviver com ele, mesmo que para isso seja necessário jogar seu jogo de aparências. Pois estando no exterior de nossos lares com muitas pessoas desconhecidas, a primeira comunicação que podemos ter é dialogando com o visível. Para isso, nada melhor que nossas roupas, a camada mais externa de nosso self. É na rua que a moda se prolifera se modificando aos poucos enquanto nos igualamos e procuramos uma diferenciação com o outro. Circulando na cidade, o desfile é nosso, somos os manequins que escolheram sua própria vestimenta.


Quanta rua!

sexta-feira, 19 de outubro de 2007

aressacadecadaum

a ressaca fashion

estou cansada dessa ressaca, cansada! dizia a moça embriaga de tendência tendendo a ser ela mesma.
para que tanta pose? pensou posando a sua preferida...
modismos baratos já não a incomodavam, o problema eram seus olhos que só procuravam o que não haviam visto.
mas tão olhantes eram suas pupilas que mesmo de longe já reconheciam o não-reconhecível.
não era medium mas via claro o que estava a ser visto.

um ver incansável...