segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Ideorama



por Rafael Milani e Carolina do estúdio de Design Ideorama


É SODA!!

segunda-feira, 10 de novembro de 2008

Turn Om

No último domingo revi a entrevista do Roda Viva (programa da Tv Cultura) com o diretor de cinema David Lynch. Na tv, o americano com então 62 anos, falou sobre a visita que fez ao Brasil em agosto deste ano, para lançar seu livro sobre meditação "Catching the Big Fish: Meditation, Consciousness, and Creativity" (em português, obviamente a tradução é deturpada para: Águas Profundas: Criatividade e Meditação). Pelo que conferi na TV e li no site da David Lynch Foundation, o autor pretende principalmente passar métodos de meditação transcedental e contar como essa atividade pode ajudar no processo criativo e no encontro com a almejada felicidade plena.

Por enquanto só tive contato com a obra por meio de releases. Entretanto, ao rever a entrevista, uma questão passou por esta mente que vos escreve - e que há oito anos vem tentando praticar a meditação (com dificuldades) todos os dias: Por que é tão difícil para os ocidentais acreditar em um ensinamento tão simples?

Meditar faz muito bem para a mente e para todas as outras atividades de nosso dia-a-dia, isso é fato e estamos cansados de saber. Mas infelizmente poucos são aqueles que ao menos uma vez por dia "apenas sentam" e meditam. As distrações que nos consomem são muitas: internet, tv, telefone, mp3, revistas, livros, estudos, arte, trabalho, vontades aleatórias como guloseimas, conquistas, baladas, etc. E no meio desses gadgets e entretenimentos da nossa vida (pós)moderna, parece difícil encontrarmos 15 ou 20 minutos por dia para um "nada fazer".

Mesmo que pessoas extremamente iluminadas, como o XIV Dalai Lama, entre outros, nos dêem garantia de que a prática de meditação traz uma grande e importante transformação para a nossa relação com a individualidade e com os outros, pouco nos importamos. E assim, quando nada temos para fazer, nos deparamos com o tédio e procuramos mais e mais passatempos ao invés de aproveitarmos o momento para tentar que as turbulências da mente se aquietem.

A sorte nossa é que dentro desse caótico mundo, alguns holofotes brilham e chamam a atenção para a questão. Parece que somente quando alguém renomado no próprio universo do entretenimento fala, escutamos - a espiritualidade não dá audiência senão quando proferida por celebridades.

Mas não dá nada não, "se não pode contra eles, junte-se a eles". Garanto que os mestres de verdade ficam felizes com o ato de David Lynch. Tomara que ele contribua para que uma "guinada de 180 graus" aconteça na vida dos ocidentais, como ele mesmo falou. Afinal, a paz mental não necessita de mágica, mas de 20 minutos diários, independente de nossa religião - ou ausência de uma.

terça-feira, 28 de outubro de 2008

catwalk X sidewalk

Porque um estilista precisa de passarela para ser legitimado?
No início do século XIX a alta-costura estava sozinha, em Paris, ditando moda. Hoje e desde a década de 1960 que ela divide sua posição com o prêt-à-porter e com a rua. Contudo, ainda não deixamos de lado a crença de que precisamos ir para o catwalk para sermos criadores de moda.
Alimentamos a moda logo que desenvolvemos uma roupa, pois impulsionamos e materializamos alguma mudança no vestir de terceiros – isso vale para aqueles que customizam peças. Não precisamos fazer o vestido com o preço de quatro ou cinco dígitos para sermos criadores de moda. Sim, eu sei, isso é óbvio. Mas ainda tem profissional que idealiza um mundo de glamour e faz-de-conta, onde sucesso é estar em uma fashion week bebendo champagne no camarim.
Essa confusão de valores, provocada pelas mídias, atinge os consumidores, o mercado, que por vezes chega até algumas escolas de moda, e por fim, recai nos futuros profissionais de moda. Alguns desses, mal procuram ver as outras oportunidades que existem em diferentes setores dentro desse campo.
Sim, continuemos aplaudindo Jean Paul Gaultier, Vivienne Westwood, Alexander McQueen, John Galiano, Karl Lagerfeld e outros grandes nomes que, com mérito, transformam de verdade a moda, logo que criam. Mas não deixemos de valorizar os estilistas menores, que, mesmo que muitas vezes apenas reeditem as obras dos “mestres maiores”, são os principais fornecedores de nossa moda diária, aquela que usamos todos os dias e nas ruas.

domingo, 26 de outubro de 2008

sexta-feira, 24 de outubro de 2008

Quantos anos você tinha quando começou a andar?

Simbolicamente não falando em nada, ela nada dizia.
Pensando ouvir o correto ela parou pra escutar.
Escutou o espontâneo, ouviu o céu e deixou ir...
Ela Foi!!

E quando indo permanecia, resolveu parar.
Parou e mais nada fez.
Acreditou na inércia, teve fé em Newton...

segunda-feira, 22 de setembro de 2008

Século XXi

De médico e louco todo mundo tinha um pouco. Hoje em dia a loucura até permanece, mas temos mais ilustradores e deejays, ou então designers e video makers. É chato afirmar isso sem deixar sair de mim um ar de ironia. Isso porque eu faço parte desse "todo mundo" – sou “designer” e tenho muito afeto pelos ilustradores, deejays e/ou video makers.

Os advogados, engenheiros e médicos decaíram em número. Se na década de 1970 e 80, essas eram as profissões de futuro, hoje, elas já eram - defasaram, ou melhor (com diz uma amiga) : desintegraram...

Tudo bem, talvez eu esteja exagerando.
Mas que as ocupações referentes à cultura jovem dominam o mundo, isso é verdade.

A juventude pode ser também abstrata, e por isso mesmo, "onipresente" em nosso universo global e ocidentalizado. Tudo aquilo que tem apelo comercial se faz valer dos valores jovens. Nosso estilo de vida tenta agregá-los, sejamos inovadores ou clássicos. Afinal, beleza e ousadia são traços típicos de quem está no auge da vida... Contra-cultura ou mainstream - todos as querem!

Reinam as derivações da arte pop e a falta de racionalidade do surrealismo, nas revistas e na TV. Não deglutimos mais o realístico ou o filosófico, devoramos mesmo, o pastiche. Por isso nosso anseio é trabalho e diversão - dinheiro sim, mas em troca de harmonia estética.

A inovação pela ruptura ampliou suas conseqüências, saiu do campo puro da arte e é hoje uma forma de capitalização. Podemos celebrar o entretenimento e ainda tirar vantagem dele, pois consumimos aquilo que produzimos – SOMOS JOVENS, PÔ!

segunda-feira, 15 de setembro de 2008

No time to Play?

Grande é a diferença entre fazer arte por dinheiro ou por pura vontade.
Ninguém é bobo de recusar um trocado (?).
Estímulo ou cegueira?
Muitas perguntas deixarão de ser respondidas caso ninguém mais faça nada de graça.
Aliás o que é ser “de graça”?
O que é um “pagamento”? Uma nota de papel timbrado?
“nós aceitamos Visa”
o plástico também ta valorizado no mercado
inédito é nunca ter existido
isso sim vale ouro

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Tens msn?

Indiscutivelmente novo, porém habitual em nossas vidas, é o MSN. Não procurei estatísticas certeiras, mas parece que “todo mundo” tem MSN. Inclusive minha mãe, que embora mal saiba mudar o seu nick, tem MSN. Às vezes eu não quero que ela me pergunte o que não quero responder, e então bloqueio a mammys. Hahahaha.

Tenho pensado bastante sobre como essas conversas instantâneas influenciam nossos relacionamentos, facilitando-os, dificultando-os ou apenas mostrando novas possibilidades.

Percebi que aposentei a caixa de mensagens do meu celular. Mesmo porque vc abre a net, o MSN e ali está o menu on-line dizendo: comunique-se à vontade! Já não precisamos esperar telefonemas ou mensagens SMS de uma amiga ou de algum gatinho. Posso mandar um link bacana ou somente dar um oi, com a vantagem de que ninguém se ofenda caso o monólogo não se torne um diálogo.

Dessa maneira, mesmo os mais sentimentais encontram no MSN uma fuga, ou ainda, uma solução menos arriscada à rejeição. Ninguém gosta de receber um “não”, isso vale para qualquer tipo de “não”. Ouvir “não” é psicologicamente difícil, mesmo que a negativa seja para uma proposta sem muita pretensão. Afinal, a negação é negativa por excelência. Ouvir “não”, “nem”, “putz”, “nop”, gera a impressão de que sua idéia não foi aceita. Valendo para um simples “hei, você está podendo falar agora?”, para um “querida, quer casar comigo?”. Ou ainda para questões como “você vai me pagar aquela dívida hoje?”. Enfim, seja lá qual for a abordagem, o MSN ajuda àqueles que preferem trocar “não” pelo nada dito. Tudo pode ficar ali, nas entrelinhas das “mensagens instantâneas”, que são rápidas, pouco memoráveis e portanto, inofensivas.

Escrevendo rapidinho e quase sempre com abreviações você pode reagir como quiser sem o peso do olho no olho ou da voz ao telefone. Se preferir, pode ainda fingir ter “dito” outra coisa ou nem responder, e argumentar que estava ocupado demais. Deixar no ar, fazer pinta de “ausente” no status do Messenger ou ficar off-line, tudo isso é a hipocrisia cômoda que só o “networking” disponibiliza a você.

Algumas vezes parecemos um tipo de voyer pós-moderno, não reagimos a nenhuma conversinha digitada (e digitalizada)e ficamos analisando a reação do interlocutor solitário. Isso acontece geralmente quando aquele mala da sua lista de contatos não tem muito o que fazer (isso quando o mala não é vc, né...). E mala reage como mala: quanto menos vc responde, mais ele prolonga a conversa, mais ele digita. O seu prazo está colado, o status está “ocupado” na sinceridade e o mala insiste: “ô me diga como anda a sua vida”.

Quando for assim bloqueie, pois essa é uma maneira de você, educadamente ou comodamente, falar um “não” geral para a pessoa. E eternamente off-line para os malas, você ficará. Como acontece com muitos nicks de “exs” em nossa vida virtual - caso encerrado, porém não devidamente finalizado, apenas bloqueado.

Se a psicologia explica ou não, pouco importa, mas uma coisa é certa: ou a pós-modernidade conecta você, ou ela o bloqueia.

quinta-feira, 24 de julho de 2008

थिंक!

"EU, O MUNDO, APLURALIDADE DAS APARÊNCIAS, A REALIDADE

Suponha que você está sentado em um banco, à beira de um caminho, olhando a paisagem do cimo de uma alta montanha.
Tudo isso que seus olhos vêem já estava aí há milênios antes de você, segundo nossa concepção habitual. Um breve instante e você não estará mais; a floresta, os rochedos, o céu ainda continuarão a existir imutáveis, durante milênios, depois você.
O que fez com que você aparecesse tão bruscamente do nada para gozar, por um curto momento, esse espetáculo que o ignora? Todas as condições necessárias para que você existisse são quase tão antigas quanto esse rochedo. Talvez um outro tenha sentado aqui, neste mesmo lugar, há cem anos. Também ele oi engedrado por um homem e posto no mundo por uma mulher. Do mesmo modo que você, ele conheceu a dor e uma breve felicidade. Seria realmente um outro? Não seria você mesmo? O que é seu eu? Que condição foi necessária para que o ser engedrado então se tornasse você, e não um outro? (...) Se essa que é atualmente sua mãe tivesse vivido com um outro e com ele engedrado um filho, e se esse que é seu pai tivesse feito o mesmo, você seria você? E mesmo que fosse assim, por que você não é seu irmão, por que ele não é você? (...) O que é que faz você descobrir essa diferença - a obstinada diferença entre você e um outro - já que, objetivamente, isso que está aí é a mesma coisa?"

Erwin Schrodinger, Prêmio Nobel da Física "Ma Conception du Monde"



...hahahah Gás #2 - remember the time



Artista que é artista vive de auto-estima. Nunca vi um artista inseguro. Assim como nunca vi um artista cansado de fazer arte. Desistimulado, talvez. Com preguiça, nunca. O preço da arte, pode matar a arte. O preço do sucesso, também...

*foto do primeiro Gaseosa é Soda!
Saúde!

terça-feira, 8 de julho de 2008




Skate or Die!!


Dub Wise Situation!
Meditação, yoga, terapia, florais... mas na real mesmo nada melhor pra relaxar que ouvir um dub bem chapado! Let´s fya??

quarta-feira, 18 de junho de 2008

quarta-feira, 7 de maio de 2008




I USE THE BLICKS <<

abertura da exposição amanhã, dia 08/05 (para os amigos) e dia 10/05 para everybody << Na galeria Choque Cultural

>> veja mais no site www.choquecultural.com.br



>> montagem da exposição I USE THE BLICKS de Ramon Martins na Choque Cultural <<

quinta-feira, 1 de maio de 2008


VIRTUAL INSANITY

Fulana foi ontem no show de Ciclano, e já hoje, publicou as memórias recentes em seu perfil na net. Um sujeito tava de ressaca no domingo, e não hesitou em postar seu momento hangover no mesmo dia. Outra garota que estava com muita fome, segurou o apetite um pouco mais para posicionar sua câmera e pegar um bom enquadramento enquanto comia.

A tendência “Big Brother” pegou. Na aquisição de uma câmera digital mais o acesso a Internet, você pode ter seu próprio reality show.
A difusão de sites de relacionamento, assim como o surgimento de álbuns, e também diários virtuais na rede, contribuiu para um verdadeiro culto à imagem de si mesmo.
A juventude está em exposição. Eu, tu, eles e elas, todos nós, jovens de idade ou de pensamento - atualizados e adeptos à tecnologia da informação – parecemos produtos prontos para o consumo.
O que acontece hoje é uma verdadeira invenção de si mesmo através de postagens na net. Criamos – literalmente – perfis, que na maioria das vezes são constituídos basicamente de fotos e slogans sobre nós mesmos.
A necessidade de registrar toda e qualquer situação, para mais tarde expor aquelas mais fotogênicas, demonstra também, o desejo de reforçar um estilo de vida idealizado.
É o “second life”, a superficialidade superando o conteúdo e a verdade.
Andy Wharol não estava errado...
Alguns têm tirado proveito disso, como artistas e fotógrafos, antes no anonimato e que através de seus Fotologs, por exemplo, encontraram seu público e reconhecimento. Músicos independentes que se tornaram mundialmente admirados através do Myspace.
Escritores e jornalistas que podem expor suas idéias em seus Blogs.
Nada é puramente negativo ou positivo nessa vida.
Mas a excessiva preocupação em registrar e se mostrar a quem quer seja, sem nenhuma finalidade construtiva, pode envolver um processo de auto-ilusão do sujeito e negação se si mesmo.

“A grande promessa da fotografia era contar a “verdade”. No entanto, a “verdade” da fotografia é apenas uma ilusão mais convincente, a seleção e o artifício, escondidos atrás da aparente imparcialidade do mecânico”. Elizabeth Wilson, 1985

Muitas fotos publicadas abertamente na Internet, lembram algumas novelas brasileiras, nas quais a moça bonitona acorda de batom e máscara para os cílios.
Será que os momentos presentes não estão sendo trocados por produções fotográficas e arquivos on-line? Tem gente que mais fotografa o que está fazendo, que realmente faz. E ainda preocupa-se mais com sua aparência, e menos com a vivência do momento.
Ficar à vontade sem questionar sua fotogenia, em momentos únicos e particulares pode ser mais gratificante. Esquecer a câmera em casa e ir às festas de vez em quando, pode lhe garantir uma grande e despretensiosa diversão.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008





Ilustração do DumDum para nosso texto "pluralizado"!
ver mais em: http://www.flickr.com/photos/dum_dum/2193931445/


Valeu artista!

sexta-feira, 11 de janeiro de 2008

A regra é clara!

A moda pede que experimentemos, nós aceitamos o seu convite e cá estamos, pluralizados.
Não usamos mais um estilo apenas, nem seguimos uma só moda, queremos um pouco de cada.
Querendo tudo o que faz a gente se sentir um pouco mais aquilo que somos, ou o que queremos ser, fazemos um mix de estilos em nosso guarda-roupa.
Nem sabemos mais o que é autenticidade (e não que isso tenha importância). Buscamos originalidade através da diferenciação.
Pegamos um pouco de cada das tradições da moda, e usamos como bem entendermos. Mas não fazemos questão de manter o significado de origem das peças. Por isso muitas vezes, deslocamo-as para novos lugares.
A roupa esporte entra nos lugares luxuosos, confortavelmente.
O glamour da moda, vai às quadras a fim de encontrar novas estéticas.
A alteridade alimenta a homogeneidade. Opostos antes, parceiros agora, verdadeiros efeitos da globalização.
O global invade o mercado, as idéias e os estilos.
Na moda, as referências estéticas não vêem somente da alta-costura, da elite.
As identidades, como reflexo da moda (e vice-versa), se tornaram segmentadas. Características diferentes convivem em uma mesma pessoa em um mesmo tempo.
Não temos um estilo definido. Poucos são os sujeitos que se prendem a definições como "punk", "hippie", "underground".
E mesmo que alguns até tenham a pretensão em ser “alguma coisa com um nome determinado”, sua moda raramente é autêntica. Mesmo sem querer, acabamos por misturar peças de roupa de lugares variados.
As tradições na moda foram relidas e seus significados, transformados.
Existe ainda algum modelito clássico?
"Gostamos do rock´roll, mas também ouvimos um dub. Vivemos na cidade, mas queremos um pouco de praia. O campo também é bacana, mas a música sertaneja me enoja. Quero ser elegante, mas não fico sem conforto."
Como mostrar quem somos se não queremos ser uma coisa só?
Repito : _Pluralizamo-nos!
Escolhemos as linhas de criação mais diferentes, nossa moda é quase espontânea.
Tamanha diferenciação que até parece existir um mar de gente, todas iguais.
Porém, se examinarmos nossas roupas de perto, veremos que nada se repete - tudo se transforma!
Nem mesmo a saia da C&A que eu uso e que você também tem, são as mesmas. A minha saia é muito mais a minha cara, pois eu a amarro do meu jeito, e uso com a minha blusa do Ronaldo Fraga e com o meu tênis Adidas todo esfolado...
A diversidade não está somente no design das roupas, ela também se faz dos diferentes comportamentos e gostos, o quais que refletem as referências de vida de cada um.
A globalização permite isso. E a pluralização de nossos looks, comprovam.